WebAtivismo e as Jonadas de Junho

“primavera” de um acontecimento discursivo

Versão impressa

52,90

Versão e-book

De 46,90

Por 39,90

Versão impressa

52,90

Versão e-book

De 46,90

Por 39,90

Assista o vídeo de lançamento

Clique na imagem e compre a versão ebook com um super desconto

O ano de 2013 ficou marcado como um período importante na história recente da política e dos processos de mobilização social no Brasil. Naquele ano, diversos atos de rua despontaram pelas capitais e regiões metropolitanas do país em torno da pauta inicial do transporte coletivo e do direito às cidades. Inicialmente marcados pela oposição ao aumento das tarifas de transportes urbanos em São Paulo e no Rio de Janeiro, esse processo foi gradualmente ganhando corpo e obtendo adesão de amplos setores da população, espalhando-se pelo território nacional. Apesar de uma cobertura inicialmente desfavorável nos meios de comunicação comerciais, os atos receberam forte apoio nas redes sociais digitais, tendo figurado como o primeiro grande processo de mobilização social com abrangência nacional que contou com protagonismo do ativismo em rede, ou webativismo, como convencionamos abordar nesta obra.

Desse amplo e diversificado suporte popular derivam nomenclaturas que representam um ponto de inflexão na cobertura do jornalismo tradicional, que passou a designar essa série de atos, inicialmente, como uma suposta “primavera brasileira”, buscando estabelecer paralelos com os protestos de rua que haviam iniciado um processo de ebulição política e social no chamado “mundo árabe”. O termo “Jornadas de Junho”, no entanto, foi o que mais se popularizou, estabelecendo um marco temporal para esse processo de mobilização em decorrência de seu êxito na obtenção meta inicial que consistia na revogação do aumento das tarifas de transportes urbanos. Os protestos, no entanto, se prolongaram pelos meses seguintes, em torno de outras pautas que iam desde a oposição à realização da Copa do Mundo de 2014 até pautas de caráter mais generalista e de cunho moral, como o “combate à corrupção”, quase sempre vista como intrínseca à atividade política e institucional.

Versão e-book

De 46,90

Por 39,90

Versão impressa

52,90

Uma observação mais detalhada nos impõe considerar que, embora a nomenclatura estabeleça um marco temporal só aparentemente claro e inequívoco, as Jornadas de Junho de 2013 não se encerram naquele mês e ano. Ao contrário, elas inauguram, no contexto brasileiro, uma estética para da participação política em rede, novas formas de subjetivação, novos modos de dizer e de fazer política. Essa estética, essas formas de subjetivação, esses modos de dizer e de representar a política, a nação e a própria noção de Estado viriam a transcender das redes sociais para permear fortemente o debate político e a conjuntura nacional posterior, culminando no predomínio da temática anticorrupção e da necessidade de se ouvir a “voz das ruas” (como se homogênea ela fora) enunciada pela grande maioria dos candidatos nas eleições de 2014. Nessa mesma época, o poder judiciário já se encontrava em evidência, em grande medida graças à farta exposição midiática do julgamento da Ação Penal 470 (conhecida como “mensalão”) e gozava de grande prestígio, sobretudo entre setores da classe média que, reverberando o discurso da imprensa comercial, tinham no Judiciário uma espécie de mecanismo de higiene da política, tida como essencialmente corrupta. Nessa esteira, tem início a Operação Lava-Jato que, somada à crise política que se instalou entre o poder executivo federal e o parlamento durante o início do segundo mandato de Dilma Rousseff, subsidiou uma sequência protestos de rua e nas redes sociais, com ampla cobertura da mídia comercial, levando à perda de aprovação popular do Governo Federal culminando no golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.

Esta obra, resultante de pesquisa de doutoramento do autor, com financiamento público da CAPES, apresenta um estudo de caso a respeito do webativismo que se deu no contexto das Jornadas de Junho de 2013 com vistas a analisar, sob a perspectiva dos estudos semântico-discursivos da linguagem, os processos de subjetivação nas redes sociais no contexto brasileiro, levando em conta o caráter de multiplicidade social e ideológica que perpassa os sujeitos envolvidos nesse processo, bem como as particularidades da cena enunciativa. A partir do procedimento de análise das postagens feitas nas redes naquele período, apontamos para pistas sobre o imaginário dos sujeitos que enunciam e como suas concepções sobre participação política em rede se relacionam com formações e práticas discursivas que remetem aos discursos oriundos do mercado e da chamada “racionalidade neoliberal”. Os posts analisados constam de páginas e grupos oriundos do Facebook e Tweets circunscritos às hashtags “#VEMPRARUA” e “#CHANGEBRAZIL”, que estiveram em evidência naquele momento histórico.

A instalação de uma estética diferenciada de subjetivação política e social e os consequentes deslocamentos nos processos de significação da política e do papel do Estado, bem como, os novos modos de dizer que se espalham das telas dos dispositivos em rede para as ruas do país nos levam a considerar as Jornadas de Junho de 2013 enquanto um Acontecimento Discursivo nos termos de Pêcheux (1983 [2006]) na medida em que a cena enunciativa (redes sociais) afeta os modos de dizer e a constituição das identidades dos sujeitos-webativistas, passando a constituir o ponto de ancoragem de debates políticos e sociais posteriores, implicando desdobramentos que afetam os modos de dizer e construir sentidos e práticas políticas.

Versão e-book

De 46,90

Por 39,90

Versão impressa

52,90

Leia uma Prévia

 

 


Sobre o autor:

JOSÉ ADJAILSON UCHÔA-FERNANDES é Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), doutor em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo (2019), Mestre por este mesmo programa (2008), Bacharel em Letras – Inglês (2004), também pela FFLCH/USP. Seus estudos se pautam pelas questões de representações e da alteridade no ciberespaço e sua relação com a linguagem. É vinculado ao Grupo de Estudos Semânticos e Discursivos em Língua Estrangeira (GESDELE) (Cadastrado no diretório de Grupos do CNPQ), coordenado pela Profa. Dra. Deusa Maria de Souza-Pinheiro-Passos. Atua principalmente na área de Análise de Discurso, com ênfase nas redes sociais e suas formas de subjetivação e produção de sentidos. Sua atuação profissional em aulas, palestras e orientações acadêmicas tem se concentrado nos estudos sobre o discurso político e processos de mobilização social em rede (webativismo) e as formas de representação, subjetivação e construção de sentidos sobre o ensino de línguas estrangeiras.

Currículo Lattes

Leia uma Prévia

 

 


Sobre o autor:

JOSÉ ADJAILSON UCHÔA-FERNANDES é Professor Adjunto do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), doutor em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês pela Universidade de São Paulo (2019), Mestre por este mesmo programa (2008), Bacharel em Letras – Inglês (2004), também pela FFLCH/USP. Seus estudos se pautam pelas questões de representações e da alteridade no ciberespaço e sua relação com a linguagem. É vinculado ao Grupo de Estudos Semânticos e Discursivos em Língua Estrangeira (GESDELE) (Cadastrado no diretório de Grupos do CNPQ), coordenado pela Profa. Dra. Deusa Maria de Souza-Pinheiro-Passos. Atua principalmente na área de Análise de Discurso, com ênfase nas redes sociais e suas formas de subjetivação e produção de sentidos. Sua atuação profissional em aulas, palestras e orientações acadêmicas tem se concentrado nos estudos sobre o discurso político e processos de mobilização social em rede (webativismo) e as formas de representação, subjetivação e construção de sentidos sobre o ensino de línguas estrangeiras.

Currículo Lattes

Orbit Pages

Crie grátis com
Orbit Pages

Fale conosco